domingo, 26 de julho de 2009

O Deus Verme



Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epgênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)



As Duas Mulheres



Vejo as duas mulheres como uma só, na verdade são a mesma pessoa. Lembrei o que o Hugo falava ( todos temos o céu e o inferno dentro da gente), é assim que vejo. Uma é a personificação do bem (tal como uma deusa/deus) outra o mal (tal como um demônio) Assim elas se completam.
Vejo a Mulher 1 como o lado mais fragil dessa personagem, o lado da salvação, que tenta mostrar que a "morte" não é tão obscura e que quer abrir os olhos da Mulher 2 - apesar de ser o lado mais fragil, ela se impõe, tanto quanto a Mulher 2.
Não as vejo como deuses, mas sim como seres humanos nessa busca incessante de se encontrar, mas se fosse comparar, a Mulher 1 seria Afrodite e a Mulher 2 seria Era.

(Camila Ferreira Borges - 25/07/2009)